"Ou você é livre, ou você não é. Ou você é livre e a coisa é autêntica, real, viva, ou não é nada." (A humilhação, Philip Roth)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

La fiesta de las Ñatitas

Dia 08 de novembro aconteceu a festa das Ñatitas no Cementerio General de La Paz. Mais uma vez, fiquei muito surpresa e impressionada com a festa... de novo eram velhos, crianças, adultos e jovens que lotavam o cemitério. As Ñatitas são caveiras, crânios humanos, que as pessoas guardam em suas casas. A ideia é que as caveiras protegem a casa e seus moradores. Os crânios tem nome, história de vida e gostos. As pessoas levam as caveiras para o cemitério e lá oferecem a elas flores, velas, bebidas, cigarros, incenso, comida, o que elas gostam mais e, claro, também música. Inclusive dançam para as caveiras... curioso é pouco!! Tirei muitas fotos de caveiras diferentes, porque elas são "arrumadas" de modos muito diferentes. Algumas tem gorros com seus nomes, podem ter bonés (que ás vezes também tem os nomes das caveiras), óculos escuros... enfim... às vezes as pessoas as mantem em urnas de vidro e assim as levam até o cemitério, lá as retiram das urnas e as dispõem de modo que todos as vejam. Então se sentam ao lado, ou próximas às suas Ñatitas, rezam por elas e ficam ali, como numa espécie de exposição. Enquanto estão ao seu lado, famílias inteiras, de velhos a nenês, podem ficar contemplando as Ñatitas, fumando com elas (claro que as crianças não fumam...), dançando (mas dançam...) ou, o que me pareceu mais uma vez incrível, podem comer com elas. Vi famílias inteiras almoçando ao lado de suas Ñatitas e conversando animadamente, como se estivessem em um parque e não em um cemitério.
O cemitério estava bem cheio, porque pessoas que não tem Ñatita também vão ao cemitério, levando coisas para oferecer às Ñatitas alheias... Qualquer um pode oferecer algo a uma caveira, de coroas de flores, comida a cigarros. É simples, é só aproximar-se, cumprimentar o dono/a da caveira e perguntar o nome da Ñatita. Isto é muito importante, porque ao saber o nome da caveira a pessoa estabelece uma relação com ela, via "apresentação" feita por intermédio do dono/a da caveira, claro. Às vezes a conversa se alonga, com o dono da Ñatita explicando quem era, com que idade e como morreu, enfim, dando detalhes sobre a caveira quando era um vivo...
Eu ofereci um cigarro para a caveira de uma cholita idosa que arrumava sua Ñatita e todas as coroas de flores caíram, achei que era um bom momento para me aproximar, já que ela estava sozinha e, claramente, estava precisando de ajuda... Aí perguntei: Puedo oferecerle un cigarrillo? E ela: Si, claro!! Nesta hora se aproximou também uma senhora boliviana, que não tinha Ñatita, mas estava mais por dentro das coisas, e perguntou: Cómo se llama? E a cholita: Alberto. A senhora enquanto ouvia o nome, começou a colocar uma coroa de flores na Ñatita, comida e a realizar uma espécie de conversa com "Alberto"... Eu, então perguntei: Cómo hago? E a senhora: Tienes que encender el cigarrillo e ponerlo en su boquita. E assim, sob o olhar contente da cholita, eu o fiz. Acendi o cigarro, ajeitei na "boca" da caveira e a cholita sorrindo disse: Le gustan harto los cigarrillos!! Lo va fumar en un ratito!!! Eu sorri, me despedi da cholita e do "Alberto" e fui embora. Pelo sim, pelo não, achei bom fazer uma oferenda... como dizem por aqui, por si acaso... Afinal, nunca se sabe, né?!
Segundo a "tradição", pelo que pude ler no jornal La Razón, dia 08 é o dia em que definitivamente os vivos se despedem dos espíritos dos mortos, dos ajayus. Depois de uma visita que se inicia ao meio dia do dia 01 de novembro.
Até o ano passado as pessoas entravam com as suas caveiras na Igreja do cemitério e era realizada uma missa na presença das caveiras e em intenção de todas elas, depois o padre aspergia água benta e abençoava as Ñatitas e seus donos. Este ano a Igreja se recusou a realizar a missa e, já no dia 02, haviam cartazes anunciando que no dia 08 não seriam realizados serviços religiosos, ou seja, não haveria missa. As pessoas não estavam nada contentes com isso... Aliás, estavam um tanto revoltadas... Mas, o que se há de fazer?? Se a Igreja não quer, que seja sem ela... No entanto, como houve um falecimento, a Igreja foi aberta. Mesmo assim não foi permitido que as pessoas entrassem na Igreja com as suas Ñatitas.
Conversando sobre as Ñatitas com Luz Castillo, a antropóloga que trabalha com os pesquisadores associados do MUSEF e que tem me ajudado a encontrar arquivos e fazer contatos para a pesquisa, descobri mais um monte de coisas sobre esta "tradição". Ela me disse que ás vezes as Ñatitas estão numa família há muitas gerações, podendo ser inclusive algum antepassado, mas que também existe um tráfico de crânios, o que implica em violações de sepulturas. Em geral, o melhor é que se ganhe uma Ñatita, não se deve comprá-la. Mas, eventualmente, as pessoas as compram... Luz me explicou que alguns pesquisadores já tentaram pesquisar sobre isso, mas que as pessoas não gostam de falar sobre as suas Ñatitas e o modo como se relacionam com elas. E existem pouquíssimos estudos sobre as Ñatitas e o que elas representam e tal. Também não se sabe de onde vem o costume, se é uma mistura de antigos costumes indígenas com a cultura espanhola, e nem desde quando é praticado. E, que, recentemente, o modo como as pessoas se relacionam com as ñatitas, como o tipo de pedidos que fazem a elas tem mudado muito, ano a ano.
O que se sabe é que o ajayu, que é o espírito, a parte imaterial de vivos e mortos, sempre está e permanece, mesmo depois da morte, na "cabeça", isto é, no crânio. Por isso, cada Ñatita é um espírito, contem um ajayu, daí seu poder.
Apesar do clima colorido e festivo no cemitério, o que mais uma vez me impressionou muitíssimo, as pessoas tendem a tratar as Ñatitas de modo bastante respeitoso. São realizadas orações católicas e, o que imagino (porque infelizmente não entendo a língua...) também sejam orações, em aymara, e, acho, posso dizer que é uma festa onde se pode notar, por trás do clima animado, que algo sério e poderoso se passa. Os cemitérios em muitas religiões, como as afrobrasileiras, são percebidos como um lugar de energia muito intensa e poderosa. Por isso, acho que não me engano ao dizer que apesar do clima festivo, cheio de cor e música, o que se passava era um ritual forte e cheio de significados. Quem sabe daqui uns anos eu consiga compreender estes significados... confesso que, ao saber da escassez de estudos sobre o tema, fiquei com coceira para pesquisar isso... rsrsrs Quem sabe minha amiga Lú Duccini, estudiosa do Candomblé, topa e daqui uns anos levamos uma pesquisa sobre as Ñatitas para frente?! Independente de vir ou não a pesquisar o tema, o que garanto é que NUNCA irei esquecer as coisas que vi e que senti no Cementerio General de La Paz no dia 08 de novembro de 2009, quando pela primeira vez pude ver e estar em uma Fiesta de las Ñatitas!!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

La Fiesta del Día de Todos los Santos

Ontem foi feriado na Bolivia, como no Brasil, no México (e não sei mais onde), era dia de homenagear os mortos. Mas há uma diferença incrível entre a maneira de fazer a homenagem no Brasil e na Bolivia.
Fui a festa no Cementerio General de La Paz. A festa começa no dia 01 de novembro ao meio dia, quando as almas dos mortos chegam para visitar seus parentes que estão vivos. As famílias se preparam para receber as "almas" fazendo as "mesas", que são oferendas com coisas que os falecidos/as gostavam. Coisas como pães, doces coloridos, bolachas, vinho, cerveja, coca-cola, chicha (uma bebida feita de maíz, um tipo de milho, muito popular na Bolivia), às vezes algum prato específico que o falecido/a mais gostava, as flores que mais gostavam e, claro, sua música preferida.
Ninguém chora de saudades, todos estão felizes porque tem a oportunidade de se reencontrar com seus entes queridos. São feitas rezas, visitas aos túmulos e estão todos envolvidos nas homenagens, inclusive as crianças.
No dia 2, ao meio dia, as almas voltam para o céu. Na hora de se despedir, ao meio dia, é celebrada uma missa na Igreja do Cementerio General de La Paz e, imagino, também nos cemitérios clandestinos que existem por todos os cantos... As pessoas vão a missa e aproveitam para colocar as oferendas nos túmulos, o que inclui tocar as músicas que o falecido/a gostava em frente ao seu túmulo. Isso, para um brasileiro, beira o surrealismo... Imagine as pessoas cantando, algumas dançando, num cemitério??!! Ninguém está triste, há um monte de crianças por todos os lados... as famílias aproveitam e fazem picnic dentro do cemitério e fora dos muros do cemitério a festa é ainda maior... MUITA GENTE, muitas bancas de comida e de comércio em geral... as ruas próximas ao cemitério parecem um grande mercado, nada lembra que é dia de finados.
Famílias inteiras rezam ao lado de outras que cantam por seus mortos e tudo, tudo, é muito colorido... as tradições católicas são mescladas com as tradições aymara em relação a morte.
Ao final, tive a impressão de que os bolivianos tem uma maneira muito saudável de lidar com a morte. A morte é mais que uma coisa natural, é um estado, que não afasta definitivamente aqueles que se amam e nem impede o contato entre os que se foram e seus parentes e amigos. Porque todos sabem que, pelo menos, uma vez por ano se reencontrarão e poderão privar uns da companhia dos outros. Inclusive se diz que receber as almas com lágrimas é ruim, porque, afinal, não se pode receber uma visita ou um hóspede com lágrimas, mas, sim, se deve recebe-los com alegria e júbilo. Isso me impressionou muito, em especial a presença de tantas crianças no cemitério e a tranquilidade com que todos lidam com a morte.
Domingo que vem, dia 08 de novembro, é o dia da Fiesta de Las Ñatitas, quando de fato chega ao fim o encontro dos vivos com os mortos. Neste dia as pessoas levam caveiras (crânios humanos de desconhecidos) que tem em suas casas para proteção para os cemitérios. No cemitério enfeitam as caveiras, lhes dão de beber e fumar. Não sei mais que isso. Mas garanto que domingo que vem estarei no cemitério novamente e depois escreverei contanto como é a festa. Se já me surpreendi com a festa de finados, imagino que vá me impressionar ainda mais... contarei tudo na segunda, dia 09.

Mi cumple en La Paz

Como já disse aqui, Helô voltou para La Paz. A volta de Heloisa foi uma sorte!! É muito bom poder discutir as coisas com alguém que vem do mesmo lugar que nós, ou seja, que tem as mesmas referências e uma formação semelhante. Sem contar o fato de que há coisas que só se pode discutir em português... rs ou seja, ter uma pesquisadora brasileira como interlocutora, neste momento, é mais que bom, é ótimo!!!
Bom, Helô está dividindo o apê comigo e Christelle. Nós as três nos damos super bem e nos divertimos muito juntas. Até quarta passada Gabriela, minha irmã, e Juliana, uma amiga, estiveram aqui em La Paz, hospedadas em nossa casa. Bom, a confusão era tanta, principalmente porque as gurias não falam espanhol, que, num dado momento, Chris escreveu no facebook: "La Paz: territorio brasileño en Bolivia?" Pobre... rs mas é fato que as gurias e ela se comunicaram, até conversas tiveram... e a Chris adora estar com "sus brasileños", como ela diz... rs
A Gabi veio me visitar e aproveitou para fazer com que a viagem coincidisse com meu aniversário, o que foi ótimo!!
Mas genial mesmo foi a festa surpresa que a Helô e a Chris organizaram para mim com a ajuda da Gabi. Eu não desconfiei de nada e não facilitei em nada a vida delas... porque no sábado, dia 24, dia em que elas organizaram a festa, ninguém conseguiu me tirar de casa... rs Eu tava com começo de gripe, o dia estava chuvoso e eu tinha uma preguiça monstra de sair... as pobres das gurias tiveram super pouco tempo para organizar tudo e, enquanto elas corriam por La Paz, a Gabi quase dava piruetas dentro de casa para me despistar... rsrsrs Mas deu tudo certo e elas conseguiram me fazer várias surpresas!! rsrs
Os amigos vieram, comemos, bebemos e, claro, bailamos!!! Foi divertidíssimo!! Me senti tão acarinhada como se estivesse em SP com todos os meus amigos queridos... pude ter a prova cabal de que, sim, já tenho bons amigos em La Paz!!
Nunca vou esquecer mi primer cumple paceño... Ojalá tenga yo la oportunidad de comenmorar otros en La Paz!!!

Wallerstein e tudo o mais que possa ver e ouvir

O historiador I. Wallerstein esteve em La Paz entre 13 e 15 de outubro apresentando conferências por ocasião do IV Seminario Pensando el Mundo desde Bolivia. Fui às conferências que depois foram comentadas por García Linera (1° dia), Luis Tapia (2° dia) e Raúl Prada (3° dia). As conferências foram interessantes, apesar de Wallerstein misturar espanhol com inglês, francês e italiano... às vezes foi difícil compreendê-lo, mas depois que descobri que para muitos bolivianos também foi difícil fiquei tranquila. Não foi por minhas limitações na língua de Cervantes que tive dificuldades, mas porque o velhinho não colaborava mesmo... rs
Semana passada, de 26 a 28 de outubro, aconteceu o Seminario Internacional "Bolivia Post-Constituyente: tierra, territorio y autonomías indígenas", organizado pela Fundación Tierra, em La Paz. O seminário foi bastante interessante e abordou os temas mais polêmicos na Bolivia hoje.
Além de eventos acadêmicos, tenho conversado com muita gente. Pesquisadores, acadêmicos ou não, tem me ajudado muitíssimo. Elena Apilánez, a espanhola mais latino americana do mundo, que fala português e viveu no Brasil, tem sido, além de uma boa amiga, uma interlocutora incrível. Além dela, Luz Castillo, do Museo Nacional de Etnografia y Folklore - MUSEF, que foi uma indicação de Ana Sanchez, também tem sido uma interlocutora importante. Luz conseguiu para mim uma entrevista com o diretor do MUSEF, o senhor Ramiro Molina. O senhor Molina é antropólogo e conversou quase três horas comigo. Me deu um monte de sugestões e se dispôs a me ajudar no que eu precisar. Depois desta conversa também consegui sua aprovação para me tornar pesquisadora associada do MUSEF. O que é muito bom, porque o museu é uma instituição muito respeitada e reconhecidamente séria, portanto, essa associação provavelmente me abrirá muitas portas!! As coisas continuam caminhando bem para mim e para o meu trabalho. Ojalá todo pase de esa manera hasta que yo vuelva para São Paulo!!

domingo, 18 de outubro de 2009

Cochabamba, Congresso Clacso

Faz tempo que não escrevo, fiquei uma semana fora de La Paz e, ao voltar, tive sorochi e um monte de coisas para fazer... Viajei para Cochabamba dia 06 e voltei para La Paz dia 11. Voltei no domingo, a tempo de ir assitir o jogo Bolívia x Brasil. primeiro contarei do Congresso e depois do jogo.
O Congresso teve como abertura as falas de Evo Morales e Boaventura de Sousa Santos. Evo é bastante carismático e o Teatro Acha, em Cochabamba, estava LOTADO. O presidente não é o melhor orador que já vi, mas é simpático e bem articulado. Depois de sua fala, sentou-se ao lado do Emir Sader e dos outros que compunham a mesa, e anotou com atenção e dedicação o que dizia Boaventura. Este, por sua vez, falou em bom espanhol, e fez uma conferência interessante. Ficou evidente o quanto Boaventura gosta da Bolivia e o quanto é carismático. Não tenho dúvidas de que, se precisasse, venderia gelo para esquimó... ao final de sua fala eu estava convencida do que dizia... O congresso teve, como sempre, apresentações interessantes e outras nem tanto... Em Cochabamba encontrei a Vivian e o Juan, do grupo de estudos e pesquisa de São Paulo. Este esncontro foi ótimo!! Pude conversar com eles sobre nosso trabalho em SP e discutir aspectos da minha pesquisa. Nós nos divertimos muito, ainda mais depois que chegaram Chris, Helô (que, para minha sorte, voltou para Bolívia para terminar sua pesquisa de mestrado) e Vini. O Congresso foi encerrado com uma conferência de Alvaro Garcia Linera, vice presidente do país. Garcia Linera é um sociólogo importante, membro do grupo Comuna, que reúne também Luis Tapia (que também tive a oportunidade de ouvir em Cochabamba), Raul Prada e Oscar Vega (a quem a Helô me apresentou no último dia de congresso). Garcia Linera fala bem e apresentou uma fala bastante interessante e que tem tudo a ver com as atuais discussões sobre o Estado Plurinacional e as autonomias indígenas, assim como outros aspectos da nova constituição boliviana. No geral, as coisas que vi e ouvi no Congresso me ajudaram bastante a me "ubicar" (localizar) no debate boliviano.
Cochabamba é uma cidade linda!! Como já é primavera, e é bem mais baixa que La Paz, a 2558 metros acima do nível do mar, a cidade estava toda florida. O clima é agradável, calor de dia e fresco de noite. Depois do Congresso saíamos para tomar cerveja em barzinhos ao ar livre, pude sair de saia e sandálias, coisa impensável em La Paz... me senti em SP...
Voltei para La Paz no domingo e fui com Helô, Vini e mais uns amigos ao jogo do Brasil contra a Bolivia. O jogo foi horrível, o time do Brasil jogou muito mal. Foi uma vergonha e uma decepção, já que foi a primeira vez que eu fui a um estádio para ver a seleção brasileira jogar... Mesmo assim, me diverti bastante. A torcida se porta de maneira muito diferente no estádio na Bolívia. Primeiro, são mais silenciosos, foi impressionante não ouvir um tambor no estádio... segundo, a torcida boliviana quase não grita... os gringos, completamente paramentados com camisas da seleção boliviana e as caras pintadas com as cores da bandeira, eram os que mais torciam pela seleção. Uma coisa estranhíssima!! Depois saimos do estádio e fomos a um mirante em La Paz, como sempre, a vista é incrível!!! Foi uma semana animada, minha primeira viagem pelo interior da Bolivia e jogo do Brasil...
P.S.: Nota sobre os ônibus na Bolívia: os ônibus, como as pessoas em geral, não cumprem horário, saem atrasados e param MUITO, para que pessoas desembarquem ou embarquem. Além disso, entram vendedores nos ônibus e se vende de tudo... de queijo, pão, bolacha, jornal a picolé... é IMPRESSIONANTE!!! Com isso, claro, a viagem fica mais demorada. O parador de beira de estrada é bastante ruim, há que se pagar para usar o banheiro e o banheiro é MUITO sujo. Mas não há melhor maneira para ver o país e sua gente que viajar de ônibus. Entonces, hay que hacerlo... es la vida...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Antropologia e música: linguagens universais no ocidente?

Faz tempo que não escrevo... tenho feito descobertas e continuo conhecendo pessoas interessantes...
O Congresso de antropologia foi bastante interessante e me peguei pensando que a teoria antropológica nos faz compartilhar de todo um universo de comunicação. Coisa que nos permite dialogar e entender coisas que se passam em lugares que nos são completamente desconhecidos... uma experiência fantástica de compartilhamento e aprendizagem... e ser antropólog@ é ser antropólog@, não importa se em SP, no Vale do Jequitinhonha, nas Guianas amazônicas, em Cochabamba, Potosí ou El Alto... a antropologia nos permite desenvolver um olhar e uma sensibilidade que são preciosas, tanto para o trabalho de pesquisa quanto para a vida. E é impressionante perceber que lemos todos as mesmas coisas e enfrentamos os mesmos debates e questões contemporâneos. O congresso, como todo congresso, teve apresentações boas e ruins, brigas e etc. Enfim, o trivial variado de sempre... me senti completamente integrada, apesar de ainda ter algumas dificuldades com o espanhol, acho que por se tratar de antropologia, não tive problemas em acompanhar os debates. O congresso foi bastante importante e esclarecedor para mim, com certeza passei a entender melhor um monte de coisas tanto sobre a Bolívia quanto sobre a maneira como se faz antroplogia por aqui. As pessoas foram acolhedoras e fiz meus primeiros contatos acadêmicos em La Paz.
Música... Ontem fui até o café La Guinguette, que fica na Aliança Francesa, para ouvir um violonista francês que está de passagem por La Paz. O cara tocou com outros músicos franceses que vivem aqui. Eles tocaram músicas francesas antigas e alguns clássicos da chanson française. Foi divertido... parecido com a festa dos brazucas, todos se sentindo mais próximos de casa... acho que praticamente todos os franceses que vivem em La Paz estavam presentes... quase não ouvi espanhol durante o tempo em que estive por lá. Mas o que queria dizer é que a música é uma coisa incrível. Quarta-feira, dois novos amigos franceses, Celine e Hervé, vieram jantar aqui em casa. Ouvimos um monte de música brasileira, eles não conhecem muita coisa, mas gostaram. Ontem, Hervé me disse: "Ontem música brasileira, hoje música francesa!!" Me diverti com a música francesa tanto quanto eles com a música brasileira. A música aproxima as pessoas, mesmo que não entendamos a língua e, portanto, não consigamos saber o que está sendo cantado... A música comunica, enternece, permite entender como as pessoas de um dado lugar tendem a sentir as coisas. E aí, se estamos abertos, apesar de não entendermos muita coisa, por desconhecermos a língua em que a música é cantada, entendemos o sentimento que a música expressa... uma boa sensação!! Podemos não entender tudo, mas o que entendemos, em geral, é bastante interessante. Principalmente se é algo novo, uma sonoridade que não conhecemos.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Un montón de cosas...

Semana passada participei de um Congresso de antropologia na UMSA. Tenho muito que contar sobre isso e sobre uma palestra que assisti ontem, sobre a cidade de El Alto (parte de um ciclo de palestras chamado Universidad de Todos los Saberes de la Amazonia a los Andes - maiores informações, textos e vídeos das palestras no site http://www.minedu.gov.bo/minedu/utlsaa/). Mas acontece que tenho feito muitas coisas e tenho muito que ler, ou seja, muito trabalho... mas assim que der contarei tudo em detalhes!! Por enquanto, sugiro que confiram as fotos que fiz na Feria de la 16 de Julio, que acontece em El Alto, no domingo passado. A feira receberá um post a parte... porque é uma das coisas mais incríveis e gigantes que já vi na vida!!! Só para dar uma ideia, na feira se pode comprar de carros a animais vivos, passando por folha de coca, eletroeletrônicos, meias e roupas íntimas... e móveis, aliás, foi lá que comprei minha mesa de trabalho e minha estante. Aparatos que faltavam para fazer da minha vida em La Paz, digamos, completa... agora, de hecho, me sinto em casa!! rsrsrs



P.S.: MariaNna e Danilo , amigos do coração, oficializaram sua união no último domingo. Não estava em SP para brindar com eles, mas graças à Sandra (MUITÍSSIMO OBRIGADA!!!!) consegui falar com eles por skype e me senti mais perto deles e de todos os amigos queridos que se reuniram para celebrar o momento... eles fizeram a gentileza de fotografar minha "aparição"... Mari e Dan, a vocês, desejo toda a felicidade del mondo mondial!!!!

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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Primeira vez que entei na UMSA - Primer Congreso Plurinacional de Antropologia - La Paz, 2009

Hoje começou (vai até sábado, dia 19) o Primer Congreso Plurinacional de Antropologia na UMSA, Universidad Mayor de San Andrés, em La Paz. A programação me parece interessante e contarei mais depois que assistir às apresentações. "De momento" quero comentar meu choque com a precariedade do prédio onde estão os cursos de antropologia e arqueologia. Primeiro preciso dizer que a UMSA, que é a universidade mais importante da Bolívia, está dividida em alguns prédios pela cidade e tem um prédio principal em uma avenida importante, a Av. Villazón. O prédio é imponente e atrás dele estão outros prédios da universidade, conformando um campus pequeno mas, para quem passa pela frente, aparentemente bem estruturado e agradável. Eu ainda não tinha entrado na UMSA, andei em umas bibliotecas pela cidade, mas ainda não fui à biblioteca da universidade...
Hoje, quando finalmente consegui saber onde seria o congresso e tudo o mais, entrei na UMSA... Bom, por telefone, me explicaram que a "careira" (o curso) de antropologia fica em um prédio que está em construção. Ok, imaginei um prédio em obras... não... o prédio está em construção MESMO!!! Impressionante!! O prédio parece estar em construção há uns cinco anos... para entrar, temos que subir uma escada, daquelas de obra, que parece que vai cair a qualquer momento... é verdade que o interior está pronto e as salas tem boas cadeiras/mesas... mas o exterior do prédio dá uma baita má impressão... As instalações da universidade parecem abandonadas... enfim, tudo passa uma sensação de precariedade e pouco investimento. Confesso que foi inevitável me lembrar das Unicoisa ou Unilonge onde eu já dei aulas e no desperdício que são aquelas estruturas gigantes... Desperdício porque nessas Uniqualquernota não nos deixam trabalhar, não há interesse em promover a educação e os estudantes são tratados como clientes, não existe uma preocupação genuína com a sua formação. A maioria dos profissionais que trabalha nessas instituições são pessoas dedicadas e preocupadas com o trabalho que exercem, mas são mal pagos e não recebem qualquer estímulo para aprofundar sua formação. Assim, apesar de seus esforços, vêem seus alunos saírem dessas Faculdades ou Universidades tendo adquirido menos conhecimento do que poderiam ou, pior, deveriam...
A UMSA me pareceu o retrato do estado de coisas na Bolívia... muitas iniciativas, esforços de mudança e pouco dinheiro para investir nesses projetos... no último domingo veio a público o programa de governo proposto pelo MAS, caso Evo Morales seja reeleito presidente. Conversei sobre o programa com Vinícius que me disse, entre outras coisas, que achou um programa desenvolvimentista, que visa industrializar o país a partir de investimentos estatais e etc. No momento não me posicionarei sobre isso, apenas quero dizer que acho compreensível esta proposta e, principalmente, que o projeto me parece necessário. É surreal chegar a um supermercado e perceber que quase nada é produzido na Bolívia. Aliás, minha impressão é de que a única coisa que comprei no supermercado e é de produção boliviana são batatas fritas, tipo Chips... Pelo menos o pensamento produzido por aqui parece original e pujante... a ver como será o congresso... depois conto o que vi e o que achei do que ouvi.

domingo, 13 de setembro de 2009

Coisas que só La Paz tem... e meu momento a la Buñuel em La Paz...

É inevitável traçar, a todo tempo, comparações entre São Paulo e La Paz. A capital boliviana sai ganhando em muitas coisas... é uma cidade muito menor que SP, tem menos trânsito (embora a cidade já pareça prestes a colapsar por conta da quantidade de carros particulares, táxis e vans [os "minibuses", como chamam aqui e dos quais a cidade está coalhada...]), muito menos barulho, tem menos violência urbana e é bastante agradável caminhar por suas ruas. Em comparação a SP é uma cidade pequena e tem ares de cidade pequena. Isto, para quem sai de SP, é bastante agradável.
La Paz também tem uma coisa incrível, mobilizações, marchas e manifestações diárias!! Todos os dias se pode encontrar pelo menos um, ás vezes dois ou três, grupo de pessoas em passeata, reivindicando desde computadores para as escolas públicas, revisão de contratos de trabalho em empresas estatais ou a não implementação de uma nova política de educação superior que, aos universitários, parece prejudicar a educação superior no país. É IMPRESSIONANTE!!! Nas marchas se vêem velhos e velhas, crianças, jovens e adultos... partes da cidade, em geral no centro, ficam paradas. O trânsito é fechado e a polícia (que parece com a polícia de choque brasileira) é chamada e acompanha as manifestações. Até agora, graças ao bom senso coletivo, ainda não vi confrontos entre manifestantes e policiais, mas já soube que acontecem e são como qualquer confronto deste tipo em qualquer outro lugar. Violência, truculência policial, gás e etc... o que surpreende é perceber que mesmo com a chance de ocorrer um confronto com os "pacos" (policiais na gíria), as pessoas não deixam de sair para a rua, e saem... inclusive velhos e crianças... Comentei com uma moça de La Paz que estava impressionada com a quantidade de manifestações e de pessoas participando delas, ela riu e me disse que isso não é nada!! Que atualmente são grupos pequenos e manifestações igualmentes pequenas, que em 2005 muitas vezes as manifestações começavam el El Alto ( cidade próxima a La Paz, onde fica o aeroporto e a uma distância que, de carro, leva-se pelo menos 40 minutos para percorrer)!! Fiquei surpresa!! Ela contou que a manifestação já estava na Plaza Murillo, no centro da cidade e onde fica o palácio do governo, e ainda tinha gente em El Alto para baixar até La Paz. Comentei isto com Ilse, minha amiga e professora de espanhol, e ela confirmou, disse que em 2005 a cidade, por muitos dias, ficou completamente intransitável, só se podia caminhar, carros e outros meios de transporte não podiam circular, tamanha a quantidade de gente que se manifestava pelas ruas da cidade e a quantidade de ruas bloqueadas pelos manifestantes.
As pessoas por aqui são politizadas e se moblizam publicamente por seus objetivos, isto falta em SP e no Brasil...
La Paz também tem o Bolivia FestiJazz Internacional 2009 - http://www.boliviafestijazz.com/2009/programa.htm
Um festival excelente, com jazz da melhor qualidade. Assisti 4 shows incríveis!!! Dois no Teatro Municipal de La Paz (que é lindo e pequeno, antigo, do final do século XIX, parece com os antigos teatros de capitais brasileiras como o Teatro Álvares Carvalho de Florianópolis) e dois em um bar chamado Thelonius. Sempre em boa companhia, ouvi excelente música e me diverti "un montón"!!!
Em La Paz também há um número impressionante de estrangeiros, em especial europeus. Os europeus que vivem aqui não tem a menor paciência com aqueles que vem a turismo, e é engraçadíssimo vê-los falarem mal dos "gringos" ou reclamarem que um lugar está cheio deles como se, eles mesmos, também não o fossem... Mas eu explico a diferença entre essas duas categorias ou classes de gringos. Os que vivem aqui (pelo menos aqueles com quem tive contato...) em geral são de esquerda e trabalham em organizações internacionais, como ONG's e organismos de cooperação internacional, não estão aqui porque é um lugar pitoresco e querem "get crazy" (como ouvi numa festa de música eletrônica na última sexta), mas porque acreditam nos movimentos sociais bolivianos e que podem contribuir para o processo de mudança que está em curso no país. Ou seja, são BEM diferentes dos gringos que vem fazer turismo por aqui...
A balada eletrônica, que se chama Blue e começa mesmo por volta das 3 da manhã, poderia acontecer em qualquer lugar do mundo, era do mesmo jeito que são as baladas eletrônicas em SP. Era num lugar escondido, parecia ser só para "iniciados", uma porta no meio de um casario da Calle Mexico, no centro. A porta se abria, tinhamos que caminhar por um corredor, escuro e largo, e ao fundo chegavamos a mais uma porta onde estavam uma pista de dança, o bar, algumas mesas, sofás e as pickups. Só teve uma diferença... na hora que decidimos ir embora, por volta das quatro e meia da manhã, fomos informados que ninguém poderia sair porque a polícia estava na porta.(????!!!!!) Bem, ficamos todos dentro do lugar, os donos tentavam resolver as coisas com os "pacos" e, a um dado momento, lá pelas 5, a música foi desligada e começamos a sair em grupos de vinte pessoas, sob as recomendações de fazermos silêncio e pedidos, quase desesperados, de que entrassemos imediatamente em algum dos muitos táxis que estavam parados na porta... foi curioso, não poder sair de uma balada... me senti no meu momento de "O Anjo Extermindor" de Buñuel... rsrsrsrs como o monte de burgueses, nós, também burgueses e na maioria gringos, não podiamos sair da balada onde a maioria tinha "really get crazy"...
Finalmente, ao sairmos da balada, já eram vinte para as seis da manhã e eu e o Vinicius resolvemos voltar para nossas casas a pé... no frio ar da madrugada paceña e desfrutando do belo alvorecer no altiplano... foi a primeira vez que vi o sol nascer em La Paz e espero que não seja a última... mas, sinceramente, espero que este tenha sido meu primeiro e, principalmente, último momento a la "O anjo exterminador" em La Paz ou onde quer que seja!!

Ato HondurasresistenBolivia

Uma das coisas mais interessantes desde que cheguei a La Paz foi me descobrir latino-americana... Os brasileiros não costumam se sentir latinos e isso tem muitas razões, como o fato de não termos sido colônia espanhola e portanto não falarmos espanhol, mas, também penso, talvez isso tenha a ver com o Atlântico ali, quase inteiro a nossa disposição e nos convidando para mirarmos a África, a Europa, o mundo. O curioso é notar que podemos mirar o mundo, mas não o mundo inteiro, porque, de alguma maneira, nos mantemos de costas para o subcontinente do qual fazemos parte.
O sentimento de latinidade estava mais que explícito neste evento que ocorreu no Etno Cafe (na Calle Jaén, centro de La Paz), entre os dias 27, 28 e 29 de agosto. Fui ao evento nos dias 27 e 28, assisti várias apresentações de música, poesia, de artes visuais e uma exposição de fotografias tiradas em Honduras nos dias após o golpe. Todos se sentiam profundamente conectados, irmanados no horror de assirtir ao surgimento de mais uma ditadura na América Latina e, o mais surpreendente, em pleno século XXI... Dava para sentir no ar o temor dos latino-americanos de que isso volte a acontecer em seus respectivos países... Para mim foi bastante forte ver as imagens fotográficas... tinha a sensação de já conhecer aquelas imagens e, aos poucos, me dei conta de que sim, infelizmente, conheço... as imagens são profundamente semelhantes às imagens de repressão às manifestações contra a ditadura no Brasil, não fosse pelas mudanças da moda, as fotos que vi poderiam me ser apresentadas como fotos tiradas nos anos 60, 70 ou 80 em qualquer país latino-americano e eu não duvidadria de sua origem... No momento em que me dei conta disso, ainda no dia 27, senti um frio na barriga... não só me senti mais latino-americana que nunca, como um arrepio de medo me correu na espinha. Quem nos garante que isso não voltará a acontecer no Brasil, na Bolívia, ou onde quer que seja? Evidentemente os processos de contituição da ordem democrática nos diferentes países da América Latina foram e são diferentes, mas quem nos garante que seu desenvolvimento não pode vir a ser interrompido? Ninguém... Honduras é um exemplo disso. No Brasil tendemos a acreditar que tudo mudou e que vivemos uma democracia que se desenvolve de vento em popa. Ok, concordo, temos eleições livres e diretas regularmente e sem maiores percalços, mas a maioria da população é semi-analfabeta e as elites regionais continuam sendo as detentoras do poder político. Nosso regime democrático é recente, são dez anos desde as primeiras eleições diretas para presidente pós ditadura, em 1989. Se é verdade que parecemos ir bem neste quesito no Brasil, também é verdade que é fundamental uma reflexão sobre que democracia e que país almejamos construir. Nem tudo está resolvido e não podemos esquecer que nós, brasileiros, TAMBÉM somos latino-americanos!!

sábado, 12 de setembro de 2009

Por onde começo??

Faz um tempão que não escrevo nada por aqui porque fiquei sem internet... tenho muito a contar... O principal é que já tenho casa e internet em casa, coisa que, descobri, é fundamental para minha existência. Nunca tinha me dado conta do quanto me tornei "dependente" da internet, incrível, mas nesses dias em que fiquei sem acesso fácil à rede me sentia como que fora do planeta, numa espécie de existência paralela.
* A casa!!! A casa é um apê, ou "departamento" como dizem os bolivianos, muito bom, cumpre todos os requisitos de uma boa casa paceña: é ensolarado, claro, e tem uma vista incrível de La Paz. Fica no 13° andar, em um prédio em Sopocachi, e do hall dos elevadores se pode avistar o Illimani... nada mal para começar bem o dia!! Minha homemate francesa, Christelle, é um amor de guria!! Estamos nos dando super bem. Tive uma sorte incrível, já que acertamos dividir um apartamento com base em meia dúzia de conversas por e-mail e muito poucas informações uma da outra... mais uma vez, como desde que cheguei a La Paz, dei uma baita sorte e encontrei uma pessoa incrível. Os deuses, definitivamente, estão comigo... Para completar, Christelle cozinha que é uma maravilha, tenho aprendido a fazer pratos franceses e, de vez em quando, umas palavras francesas. O que tem me ajudado a dar uma "desenferrujada" no francês... (Abaixo uma foto da sala do apê e da vista que temos da sala.)
* As aulas de Espanhol... tenho uma professora ótima, Ilse, que já considero uma amiga, é uma paceña gentil e paciente com a aluna, às vezes, atrapalhada... é que desde que iniciei as aulas precisei cancelar alguns encontros para resolver coisas do apê e etc.. Tenho feito as lições de casa e já estou falando melhor, embora ainda confunda alguns verbos e continue inconformada com a quantidade de verbos irregulares, os amigos já notam meu progresso com o idioma e meu "acento" boliviano...
* Os amigos!! Além de deixar saudades, Helô me deixou um amigo!! Vinícius, um jornalista capixaba, muy buena onda!! Vini está em La Paz há uns três meses e já é quase um paceño... conhece muita gente e lugares bacanas. Temos nos visto bastante e ele tem me levado a alguns lugares que conhece, como o bar onde acontece uma noite brasileira todas as terças. Uns brasileiros montaram um grupo de pagode, daquele bem mais ou menos, e tocam por lá. Terça, dia 08, fizeram uma festa chamada "Brazilian day in La Paz", em homenagem ao dia da independência. Foi bastante divertido e pitoresco... muito curioso ver um monte de brasileiros, alguns que já estão por aqui há muito tempo, saudosos e tentando sentir em casa. Confesso que ainda não sinto toda esta necessidade, mas é sempre bom se sentir em casa... então...
As amigas italianas, Simo e Lore, são um capítulo a parte... Com Simo acabei estabelecendo uma relação de amizade profunda, sinto como se a conhecesse há anos!! Estabelecemos uma relação de intimidade e afeto que me faz me sentir em casa... afinal, tô mais que habituada a ter "italianas" entre minhas amigas paulistanas (Fêfis, Sil Pellegrino, Jô Tuttoilmondo, Lú Duccini). Lore é doce e generosa, me sinto tão acarinhada por Lorenza que é difícil explicar... Ela me deixa a vontade e tem me ajudado muito!!! Além disso, elas me apresentaram aos seus amigos em La Paz. Um grupo de italianos, Nico, Chiara e Lilian (que volta para Itália amanhã...), são excepcionais!! Também me apresentaram a Jamie, um jornalista escocês, que viveu alguns anos em La Paz, e está escrevendo um livro sobre suas viagens pela Bolívia. E um grupo grande de espanhóis que trabalham por aqui. Uma das gurias espanholas, Irene, me pediu que lhe desse aulas de samba... rsrsrs topei... mas desde o início avisei que sou principiante!! A ver no que vai dar... rsrsrsrs
Tenho visto e vivido experiências ótimas. Continuo encantada por La Paz e a cada dia me interesso mais pela história e a gente da Bolívia. A sensação de que tenho muito a fazer e descobrir permanece... mas iniciei um processo para me acalmar em relação a isso... ficar todo o tempo me lastimando por ter pouco tempo por aqui não me ajudará em nada, Por isso resolvi me apegar às velhas e boas orientações de Malinowski, e repetir, quase que como um mantra, que é preciso recortar o objeto, ter clareza dos objetivos de pesquisa e observar tudo o que for possível. POSSÍVEL!!! Me lembrar disso e seguir as recomendações metodológicas que dou aos meus alunos não tem sido fácil... mas já estou mais tranquila... o que não tem remédio... rsrsrsrs
Tenho mais a contar... mas este post já está grande o suficiente... Para terminá-lo, quero pedir desculpas aos amigos que aniversariaram e a quem não pude escrever por problemas, digamos, técnicos... Quero que saibam que lembrei de todos!! Ainda em agosto: Tia Paulinha, Christian, Jú Hupsel, Tia Ana Lúcia, em setembro: Alexandre Cotta de Mello, Oswaldinho, Tia Mara, Jô Tutto. Para vocês, meu desejos de felicidades e beijos atrasados.


A sala do apê e a vista que temos da sala...


terça-feira, 1 de setembro de 2009

Duas semanas em La Paz

Não tenho escrito porque fiquei sem acesso a internet e ando enlouquecida atrás de apto... tenho muito a contar!! Assim que der farei isso!! Hoje conheci Christelle, minha futura homemate francesa. Um amor de guria!! Quinta a Helô volta para SP... La Paz ficará menos divertida sem a sua companhia... Bem, mais notícias sobre o ato cultural contra o golpe em Honduras e minhas andanças paceñas em breve...

sábado, 22 de agosto de 2009

Uma semana em La Paz

Hoje completo uma semana em La Paz. Estou certa de que as coisas correrão bem para mim por aqui... ontem fui a uma festa e conheci mais pessoas que trabalham com movimentos sociais por aqui. Na maioria europeus que vem para La Paz para trabalhar em ONG's ou em órgãos de cooperação internacional. Pessoas interessantes e comprometidas com o que fazem. Mas, conforme converso com as pessoas, a cada dia tenho mais certeza de que tenho pouco tempo por aqui... há tanto para conhecer, para compreender... a observação participante exige uma imersão e um contato aprofundado com os actantes, eu espero conseguir fazer isso no tempo que tenho...
Comecei a ler os livros que comprei e estou ainda mais animada com a pesquisa!! Como eu já sabia, o universo sócio-político boliviano é riquíssimo!! São múltiplas redes de significado que se interconectam, se aproximam e distanciam, porque pautadas por lógicas e visões de mundo diversas. No entanto, estas lógicas hoje começam a dialogar. Um diálogo que tem fraturas, incompreensões, mas que denota um grande esforço de cada parte envolvida. Esse esforço é algo novo na Bolívia e indica, entre outras coisas, uma grande transformação no modo como as populações indígenas e suas organizações são percebidas pelo Estado e pela sociedade boliviana. A ver no que isso resultará...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Quase uma semana em La Paz

Cheguei a La Paz sábado passado. Amanhã completarei uma semana na cidade. Uma semana em que dei uma de turista... aproveitei para conhecer a cidade, saber onde ficam as coisas, fui a umas livrarias (já comecei a fazer estrago, inclusive... mas me controlei!! rsrs), conheci muita gente, enfim, passeei... Hoje acordei cedo e comecei a ler um jornal semanal de cultura e política que comprei na livraria. Muito interessante, tem muitas resenhas de livros recém lançados pela Editora Plural e, como podem imaginar, minha lista de livros a comprar já deu uma boa crescida... rsrs
Nesta semana pude ver um pouco de La Paz e dos paceños, sei que vi pouquíssimo... mesmo assim, aí vão minhas impressões...
Os paceños são extremamente politizados, é bastante comum ouvir as pessoas falando de política, falam baixo e são bastante gentis. A Bolívia é bem mais surpreendente do que eu imaginava... é comum notar que as pessoas ouvem uma rádio que dá notícias e discute política; ontem, por exemplo, estava na Calle Linares, uma rua que tem muitas lojas de artesanato, que vive cheia de turistas, e em umas três lojinhas notei que era esta rádio que estava sintonizada... aliás, preciso descobrir que rádio é esta!! As crianças são incrivelmente lindas e sorriem quase todo o tempo... O clima da cidade já está ameno, segudo me disseram, mas continua frio. Faz um sol lindo durante o dia e no final da tarde começa a esfriar, durante a noite é que o bicho pega... aí faz MUITO frio... mas até agora não tive problema com isso...
Conheci Ana, uma boliviana amiga de uma amiga, que é, simplesmente, encantadora!! Me levou até uma rua onde se vendem livros usados e se dispôs a me ajudar no que eu precisar. Desde que cheguei a La Paz tenho tido muita sorte e encontrado pessoas incríveis!! Espero que isso se repita quando eu começar as entrevistas para a pesquisa...
Ontem conheci Heloísa, do PROLAM, amiga do Luís do PPGAS. Um amor de guria!! Pesquisadora jovem e séria, já está aqui na Bolívia desde julho para fazer seu trabalho de campo para o mestrado. Confesso que tentei convencê-la a ficar mais um tempo por aqui... rsrsrs ela já está para voltar a SP, mas, para mim, seria ótimo se ficasse em La Paz... eu teria com quem dividir um apê e conversar sobre a pesquisa em português... rsrsrs
Andréia, mi profesora querida!! Desde que cheguei a La Paz meu espanhol já melhorou, mas estoy lejos de ser una buena hablante de español... estou procurando por aulas, quero aproveitar a "imersão" e aprender também a escrever em espanhol. Vamos ver se consigo!!
Conheci alguns amigos de Simona e Lorenza. Uma galera muito gente fina!! Na maioria europeus que trabalham em ONG's e organismos internacionais aqui em La Paz. Em especial, conheci Amal. Amal é uma documentarista egípcia, muito amiga de Simona (se conheceram quando viviam em Madri). Me diverti horrores com Amal!! Passeamos, papeamos e combinamos a ida dela a SP e minha ao Cairo... a ver... rsrsrs Certamente vou amar encontrá-la novamente, seja onde seja...
Conheci alguns dos amigos de Simo e Lore no jantar de despedida de Amal. Amal cozinhou um prato sírio e eu fiz caipirinhas. Uma combinação um tanto estranha, mas todos ficaram bastante satisfeitos!! rsrs Conheci também Samira, amiga de Amal, uma jornalista palestina que vive em La Paz há dois anos. Uma simpatia!!
Abaixo fotos do jantar.


Na primeira foto: Samira, Amal, Lore e uma moça de Palermo, amiga de Simo, que estava de passagem por La Paz.
Na segunda foto (a direita): Pablo, de pé, Simo, de azul, sentada à minha direita, eu e Lucca, italiano que Amal conhceu no Salar de Uyuni.



terça-feira, 18 de agosto de 2009

A casa em Sopocahi e minha primeira ida ao centro de La Paz


Como sabem, graças a Salvador Schavelson, também antropólogo e estudioso sobre a Bolívia, consegui um excelente lugar para ficar ao chegar a La Paz. A casa de Lorenza e Simona, em Sopocachi. Uma casa linda, com pessoas ótimas!! Sempre serei grata ao Salvador por ter me colocado em contato com essas gurias... Acima, uma foto da casa, para entenderem do que estou falando...
Pois é, mas as gurias irão se mudar e já estou procurando outro lugar para ficar. Mesmo assim, eu não poderia ter chegado a lugar melhor. Dizer que fui bem recebida pelas gurias, é muito pouco!!!!
Ontem comecei a conhecer a cidade. Não sofri com o sorochi (mal estar da altitude), mas nos primeiros dias fiz o que me recomendaram e fiquei mais em casa... Então, só ontem comecei a conhecer o centro de La Paz. Adorei!!! Me sinto bem aqui!! Aliás, acho que poderia viver em La Paz o resto da vida... rsrsrsrs A cidade é, em comparação com São Paulo, calma e pouco barulhenta. Achei as pessoas gentis e acolhedoras... bastante pacientes com meu espanhol mais ou menos... aliás, devo procurar uma escola de espanhol. Vou aproveitar e estudar mesmo, assim voltarei para São Paulo hablando y escribiendo en español.
Aí vai mais uma foto, agora do centro de La Paz, da Plaza Murillo.




Hoje pretendo ir ao centro novamente. Para conhecer umas coisas que não pude ontem. Mas acho que essas idas ao centro levarão muito tempo... rsrsrs há muito para ver!! Como cheguei aqui, de verdade, no sábado, ainda estou me dando o direito de "dar uma de turista"... mas a partir de quinta começarei a pegar no pesado!! Amanhã contarei o que vi hoje e como foram as coisas.









domingo, 16 de agosto de 2009

Quase esqueci!! Primeiro dia e primeira aventura paceña...

Desde antes de chegar a La Paz recebi a recomendação de jamais pegar táxi na rua, em especial de noite, que deveria sempre chamar um táxi pelo telefone. Pois bem, ontem conheci Amal, uma cineasta egípcia, que é amiga de Simona e está hospedada em casa. Simpaticamente, ela me convidou para ir a um bar onde ela iria encontrar uns amigos estrangeiros que conheceu em uma viagem ao Salar de Uyuni. Bueno, fui... sábado de noite, primeiro dia em La Paz, sem conhecidos ou amigos... me pareceu uma boa ideia. E foi!! Me diverti, exercitei meu espanhol tenebroso (preciso urgentemente de umas aulas... verei isso amanhã!!) e tomei uma, só uma, cerveja ("não beber muito álcool..." rsrsrs). Lá pela 1 e meia da manhã resolvi ir para casa, Amal continuou lá com o pessoal. Ela me fez mais um monte de recomendações e eu lhe disse para ficar tranquila e tal. Bem, pedi ao segurança do lugar que arranjasse um táxi para mim. Ele parou o primeiro que apontou na rua e eu imaginei que o conhecesse... bem, creio que não conhecia... o problema em La Paz é que aconteceram alguns casos de pessoas que foram levadas por taxistas para El Alto e foram roubadas, uma versão paceña de sequestro relâmpago... Tudo ia muito bem quando percebi que o taxista tinha passado a rua da casa onde estou... avisei a ele, que se fez de bobo e começou a subir mais... eu então lhe disse que ou ia para baixo ou que eu ficaria ali mesmo, cheguei até a abrir a porta do táxi... rsrsrs agora vejam bem, toda esta conversa foi em espanhol (que, como já disse, estou bem longe de falar bem), comigo tremendo como vara verde e com o coração quase na boca... rsrsrs enfim, graças ao mapa de Sopocachi que Lorenza fez para mim, me dei conta do que estava acontecendo e cheguei em casa sã e salva!! Lição do dia: "em Roma, aja como os romamos!!!" Jamais ignore as recomendações dos locais!! rsrs Fui rápida em perceber o que acontecia e tive MUITA sorte, mas não pretendo repetir a experiência... De agora em diante, só ando de táxi que chamar pelo telefone!!! rsrsrs

Segundo dia e nada de sorochi...

(Meu computador resolveu se entender com a rede da casa!! Volto a escrever com acentos!!!)
Hoje é meu segundo dia em La Paz e, até agora, o sorochi (mal da altitude) não me pegou. Ontem um paceño, que viveu muitos anos no Brasil, me deu várias recomendações e me disse que o segundo dia é o dia crítico... até agora passo bem... mas decidi continuar pegando leve e ficar mais em casa, o que é bem agradável, porque as pessoas são ótimas e tem um quintal bastante gostoso, onde posso tomar sol.
Bem, à primeira vista, La Paz me parece uma cidade tranquila. Mas preciso dizer que só andei por Sopocachi... uma das recomendações é de que caminhe pouco, faça pouco esforço físico, outras são comer pouco e beber pouco álcool. Até agora fazer tudo isso foi simples!! rsrs principalmente a parte do esforço físico, porque ainda estou beemmm cansada da saída de São Paulo.


sábado, 15 de agosto de 2009

Chegada a La Paz

A chegada a La Paz demorou um tanto mais do que eu esperava... por causa de um atraso no voo de Lima a La Paz...*
Tive muita sorte porque Francesco, namorado de Lorenza, veio para La Paz no mesmo voo que eu. Ele foi muito gentil e me ajudou com a bagagem (muito importante!!) , que era imensa!! Bem dividimos o taxi, Don Jonny foi nos buscar no aeroporto de El Alto. A descida em direçao a La Paz é impressionante... a vista é linda!!! Fazia frio ontem de noite, mas nada insuportavel. Cheguei a casa, arrumei um pouco minhas coisas e fui dormir. Estava um caco!!!
Hoje acordei tarde e fui dar umas voltas, tinha que trocar dinheiro e comprar uma ou outra coisa... Lorenza me fez um mapa das redondezas, em Sopocachi...
Bueno, estou bem e esta tudo caminhando...
Amanha escrevo mais!!!


* Este post nao tem acentos e tal porque escrevo do computador de Lorenza, a doce italiana que me recebe, junto com Simona. Meu computador resolver nao se conectar a rede wi-fi da casa... ninguem merece... o troço conecta ate na rede do aeroporto de Lima(??!!!!), mas aqui, em uma rede segura, resolve que nao... é brincadeira!!rsrs Bem, segunda-feira verei isso...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Rumo a La Paz: direto do aeroporto de Lima

Finalmente consegui embarcar!!! Já estou a meio caminho... estou no aeroporto de Lima, Peru, esperando pela conexão que me levará a La Paz. Estou muito ansiosa... apesar da saída caótica de São Paulo (peço desculpas aos amigos a quem não respondi e-mails e/ou não consegui encontrar...), está tudo indo bem. Estou cansada, os dois últimos dias, somados, se resumiram a 5 horas de sono... mas acredito que consegui acomodar tudo antes de partir... Voltarei para São Paulo dia 22 de dezembro. Até lá, espero viver intensamente a experiência da pesquisa de campo e me concentrar nesta nova fase da minha pesquisa. Mais do que isso, tenho a sensação de que viverei uma nova fase da minha vida, entrando em contato com um universo diferente, tão próximo geograficamente e tão distante no imaginário. Resolvi me preparar para o campo mais ou menos como Elias Canetti para sua ida ao Marrocos. Mais ou menos porque, como esta é uma viagem de trabalho e pesquisa, diferentemente do autor, precisei ler sobre a Bolívia. Mas, como ele, evitei ver imagens do país e de La Paz. Evidentemente, tenho uma imagem de meu destino em minha cabeça... mas ela é difusa o suficiente para que eu me surpreenda com o que vier a encontrar e esteja aberta para toda a beleza e as surpresas que a Bolívia guarda. No mais, obrigada a todos, em especial, à minha família, pelo apoio e carinho. A previsão é de que o vôo chegue a La Paz às 12:35 am (hora da Bolívia), 1:35 am (hora de Brasília), sendo assim, só amanhã, sábado escreverei sobre minha chegada a La Paz. Tomara que tudo continue tão bem como agora!!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Viagem adiada...

Pois é... mais um adiamento na minha ida para La Paz... Não vejo a hora de embarcar!! Os preparativos ainda não acabaram... parece que quanto mais eu rezo... Bem, da semana que vem não passará!!!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

"Amigas sine qua non"


Tenho a sorte de ter muita amigas.
Mas duas delas são o que se pode chamar de "amigas sine qua non". Passar os próximos meses sem a presença física delas é algo que me inquieta... por isso resolvi apresentá-las aqui... Fêfis e Sil, gracias por serem!!

Ainda no Brasil:O Rio de Janeiro continua lindo

O Rio de Janeiro é uma cidade que inspira os sentimentos mais controversos. Lévi-Strauss não gostou de um de seus maiores cartões postais porque, como Caetano já cantou, a Baía de Guanabara pareceu-lhe uma boca banguela... por mais que eu admire o antropólogo francês, com esta opinião, não concordo!!
O Rio é lindo, uma cidade de tirar o fôlego... Tenho a sorte de ir muito ao Rio, por ter família por lá. Os gaúchos (desconfio que desde Getúlio... rsrsrs) nutrem uma grande paixão pelo Rio... Para mim, a cidade significa estar entre os meus, sentir uma parcela significativa dos pampas no sudeste... a parcela do afeto. Lá nos reunimos, fazemos churrasco e rimos... enfim, estou em família!! No fim de semana que passou eu fui para lá, porque um primo querido (que até não muito tempo atrás, era o Toco) se formou na faculdade. Encontrei pessoas que eu não via há muito tempo!! Dei e ganhei muitos beijos e abraços, vi crianças que não são mais crianças e todos os meus heróis da infância. Tios-avôs, tias-avós, tios, tias, primos, primas, e seus respectivos esposas e maridos. UMA FESTA!!!
Bueno, aproveitei para me despedir de minha família e de coisas deliciosas que o Rio tem. Tomei banho de mar, caminhei no calçadão de Copacabana, fui sambar na Lapa, comi feijoada e churrasco gaúcho na casa do Alexandre e da Aline... Melhor impossível? Não!! Melhor que tudo isso, é sentir o calor do carinho da família, ser alvo dele e poder acarinhar os meus... Agora, se tudo isso acontecer na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, tanto melhor!!!

Bota Fora 2: a pedido


No rol de despedidas, tenho me encontrado com amigos e amigas muito queridos. Me encontrei com um grupo de amigas muito especiais em uma pizzaria. Batemos papo, rimos muito e tiramos fotos!!

domingo, 26 de julho de 2009

Bota Fora


Ontem me despedi dos amigos no bar Filial. Foi divertido e nós lotamos o bar!! rsrsrs Agradeço a todos que passaram por lá, aos que não puderam ir e me escreveram mensagens gentis. Sentirei a falta de vocês!!! Certamente, quando voltar, terei muito a contar e poderemos rir juntos muitas vezes mais!!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Casa em La Paz 1

Ficarei um tempo na casa que falei no post anterior. Mas não será definitivo... Mesmo assim, estou contente!! Vou morar um tempo com duas gurias muito bacanas. Amanhã tirarei meu novo passaporte!!! As coisas estão caminhando...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Casa em La Paz

Ao que tudo indica já consegui um bom lugar para ficar em La Paz!!!! Uma casa em Sopocachi, com gente buena onda!!! Estou muito feliz e com uma sensação, renovada, de que dará tudo certo em La Paz e para mim e a minha pesquisa!!! A indicação de um amigo, ao que tudo indica, me levou para o lugar perfeito!! Assim que tiver a confirmação conto como é a casa e são os homemates.