Em “homenagem" ao frio de La Paz.
O frio escracha
Ai que saudade que eu tenho da praia e da moçada.
De quentes bate-papos sobre o nada.
Explicados por cerveja gelada.
Ai que saudade que eu tenho de escutar a onda em queda.
E até daquele caldo que ao ouvido veda.
E até de quem da areia grita merda.
Ai que saudade que eu tenho das roupas de praia perdidas.
Gargalhando das bundas duras ou caídas.
Da vergonha sem salva-vidas.
Ai que saudade que eu tenho de todas aquelas rodas.
Sempre atentas as novas modas
e repleta de empata-fodas.
Ai que saudade que eu tenho do chinelo e da bermuda,
Do peito aberto pelo janeiro que desnuda.
Mas aqui no frio o sentido muda.
Como pôde o Neruda?
A rima mudou de rumo, o poeta pede ajuda.
Ai que saudade que eu tenho das palavras mais carnudas.
Se em janeiro faz frio, se calor é vinte graus,
Puta que pariu, como será meu carnaval?
Mas mantenho o escracho contra o verão invernal.
Com a poesia já perdida, espero como verdade a fervura global.
V.
Ah Carol! Que saudades também. Recebi seu postal! Muito obrigada! Espero por boas notícias!
ResponderExcluirAbraços!
Oi!!
ResponderExcluirQue bom que o postal chegou!! Gostasses??
Beijos