"Ou você é livre, ou você não é. Ou você é livre e a coisa é autêntica, real, viva, ou não é nada." (A humilhação, Philip Roth)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

 
NACER HOMBRE
Adela Zamudio*
Cuánto trabajo ella pasa
Por corregir la torpeza
De su esposo, y en la casa,
(permitidme que me asombre)
tan inepto como fatuo
sigue él siendo la cabeza,
porque es hombre.

Si alguna versos escribe
-¿De alguno esos versos son
que ella sólo los suscribe?;
(permitidme que me asombre)
Si ese alguno no es poeta
¿por qué tal suposición?
-Porque es hombre.

Una mujer superior
en elecciones no vota,
y vota el pillo peor;
(permitidme que me asombre)
con sólo saber firmar
puede votar un idiota,
porque es hombre.

Él se abate y bebe o juega
en un revés de la suerte;
ella sufre, lucha y ruega;
ella se llama ¿ser débil?,
y él se apellida ¿ser fuerte?
porque es hombre.

Ella debe perdonar
si su esposo le es infiel;
mas, él se puede vengar;
(permitidme que me asombre)
en un caso semejante
hasta puede matar él,
porque es hombre.

¡Oh, mortal!
¡Oh mortal privilegiado,
que de perfecto y cabal
gozas seguro renombre!
para ello ¿qué te ha bastado?
Nacer hombre.
* Adela Zamudio (La Paz, 1854 - Cochabamba, 1928)
Poetisa e novelista boliviana.
Dirigiu a primeira escola laica da Bolivia, em La Paz. Fundou a primeira escola de pintura para mulheres (1911) e posteriormente para crianças. Entre sua dedicação à educação e sua atividade literária, Zamudio desenvolveu um significativo trabalho sociocultural em defesa da emancipação intelectual e social da mulher. 


 http://www.taringa.net/posts/arte/3812936/Nacer-Hombre___-por-Adela-Zamudio.html

http://arte_latino.tripod.com/Bo/biografias/adelazamudioBIOG.htm 




domingo, 9 de outubro de 2011

Eu me lembro...

Eu me lembro...
Lembro de meu pai, de coisas que ele me disse. Algumas posso "ouvir" com a voz dele, coisas bobas e coisas importantes. Lembro de pessoas que se foram, de pessoas que ficaram, de lugares, de casas, de roupas, de situações, de rostos, de cheiros, de sabores, de sensações, de sons, de ruídos, de sentimentos.
Lembro de coisas que vivi e de coisas que não vivi.
Lembro de sorrisos, dados, recebidos. De abraços, dados, recebidos. De lágrimas, dadas, recebidas. De amigos, que foram, que ficaram. De coisas que vi, de detalhes.
Lembro de coisas que li, de coisas que não li. De filmes que vi, de filmes que não vi. De emoções que senti, de emoções que não senti. De músicas que ouvi, de músicas que não ouvi. De coisas que disse, de coisas que não disse. De coisas que quis dizer, de coisas que não quis dizer. De coisas que fiz, de coisas que não fiz. De coisas que quis fazer, de coisas que não quis fazer.
Lembro...
Tanto!! Às vezes é bom, às vezes não é. Lembro demais. Lembro todos os dias.
Eu me lembro...